segunda-feira, 10 de maio de 2010

A glamourização das modelos


Quem nunca sonhou em ser modelo quando era criança? Mesmo sem conhecer quase nenhuma representante dessa profissão, mesmo sem saber direito o que elas faziam, eu já brinquei de desfilar, de posar pra fotos, de vestir sapatos da mamãe. As primaveras passaram, os sonhos mudaram e eu entendi o que é uma modelo e o que ela faz.

A idéia de usar manequins vivos para expor roupas se materializou com o estilista Charles Worth. Além de ser o pai da alta-costura, ele também foi o primeiro estilista a realizar um desfile de moda. Assim, suas clientes foram capazes de visualizar as roupas em pessoas de verdade e, mais do que isso, puderam observar as roupas em movimento.

Com o passar do tempo, a imagem da modelo foi se afirmando como uma das principais ferramentas de publicidade na moda. E como na moda tudo é sedução, a beleza - com todas as suas subjetividades - foi se tornando um requisito obrigatório para a profissão. Além de subjetivo, esse requisito mudou ao longo das décadas, de acordo com a onda estética de cada época. Nos anos 60, as modelos ganharam uma maior fama através da inglesa Twiggy, que transformou, com seu biotipo magro e alongado, o padrão de modelos até aquela década.

Desde então, e com uma certa aceleração nos anos 90, ser modelo significa não apenas ser magra (conforme o gosto estético da atualidade manda) e bonita, mas significa também atingir o status de celebridade. Embora os nomes da maioria das top models não sejam reconhecidos por pessoas leigas à moda, é na coletividade que elas se afirmam, não apenas como modelos nas passarelas mas também como modelos a serem seguidas na vida real, desde seus aspectos físicos até as roupas geralmente utilizadas por elas, básicas e de formas justas.

No mundo da moda, elas ganharam respeito e admiração, sendo, algumas vezes, mais aguardadas do que os próprios desfiles e coleções. Além disso, muitas arriscam projetos em outras profissões ligadas à moda, como a criação e a fotografia. Não entrarei na questão da magreza excessiva. Primeiro porque esse assunto rende um post separado (provavelmente enorme e polêmico) e segundo porque acredito que nossas modelos possuem outras características que merecem ser comentadas.

Não há dúvida de que a profissão cresceu com o passar dos anos, e as modelos, coletiva ou individualmente, são fatores cada vez mais influentes na indústria da moda. O questionamento que eu proponho pra vocês é até onde chegará essa influência. Qual é o futuro das modelos na indústria da moda?

10 comentários:

  1. Eu adoro modelos, editoriais, desfiles e campanhas. Gosto de acompanhar o sobe e desce no models.com e alfinetar as nada a ver.

    Mas a moda está cada vez mais exigente, e isso atinge qualquer ramo na indústria.
    E o futuro é esse mesmo, os mesmos corpos, as mesmas roupas, as mesmas drogas. Não acredito que vá mudar.
    A revolução já aconteceu no século XX, hoje a gente vive as consequências disso e o que evolui é muito lento.

    Nem entro na parte de magreza, porque sei que brigaria com muita gente que não entende a necessidade do padrão e do corpo esguio que fica bem em qualquer roupa.

    E, pra ser bem sincera, tem desfiles que me chamam mais atenção pelo casting das modelos que pela própria coleção.

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  2. e a Fernanda tirou as palavras da minha boca haha tb me encanta esse magnetismo exercido pelas modelos, acho comparável a arrebatação que temos com certas obras artísticas. Sou apaixonada pela beleza da moda e as modelos são parte fundamental desse campo simbólico.

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  3. Como ganham bem,digo,as mais famosas...Nooossa é muuuito dinheiro.Mas elas são uma realidade na moda,elas já "pertencem" a esse "mundo fashion"...um mundo sedutor,glamouroso,mas isso é apenas a ponta de um iceberg que brilha,mas há muito trabalho por trás disso tudo.Mais que isso ,há uma competição cruel...tem que ter um preparo emocional, por que se não...Mas no momento eu tô adorando a "simplicidade" em ser uma modelo nas lições da Leandra Borges:vira e faz carão de assustada:hã????Tudo se resume nisso.Então tá!rsrsrsr

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  4. modelos são peças fundamentais para a valorização e divulgação da moda.
    Não tenho preconceito contra os padrões de beleza exigidos para elas, afinal, a profissão delas é ser a vitrine.
    ótimo texto, Thaís, beijos!

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  5. Não sei quanto ao futuro, mas essa foto que você publicou me levou de volta ao tempo que só existiam meia dúzia de Top Models conhecidas mundialmente! Incrível como isso mudou, né?

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  6. essa última década que passou não tivemos nenhuma modelo assim tããão grande ou sei lá o que.. ok, tivemos a gisele (que apareceu mesmo na de 90, mas consagrou-se nessa 1a década do séc. XXI)! mas comparando com as outras décadas, foi bem fraco, né? =*

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  7. no livro do john casablancas ele fala muito da criação da ford e de como ele inventou esse conceito de supermodelo (a maioria com status de celebridade e reconhecida pelo grande público). no fim, ele laenta que hoje a moda não produza mais rostos conhecidos e eu concordo com esse ponto, parece que o padrão de beleza tem ficado menos acessível (ou pelo menos, atraente). na minha opinião, o papel que uma modelo tem que desempenhar pode chegar a ser ridículo de tão simples, só que, por outro lado, elas têm a chance de elevar a sua posição, se tornando verdadeiros ícones de moda e comportamento. afinal, a profissão de kate moss e izabel goulart é a mesma, mas quem compararia elas duas? por isso acho difícil definir essa coisa que seria quase como uma "ontologia" das modelos. até pq, o que mais definiria o potencial da profissão para nós - admiradores da moda - seria representádo por uma parcela ínfima do todo. respondendo ao seu questionamento: acho que o papel das modelos, assim no plural,não muda quase nada a curto prazo, mas sempre pode surgir uma ou outra que redefina padrões e traga novas expectativas ne.

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  8. não sei se vc chegou a assistir The Beautiful Life, um seriado com a Mischa-Marissa-Barton, mas que logo foi cancelado. Anyway, logo no primeiro episódio tem um desfile do Zac Posen e ele quase deixa de mostrar a peça principal pq ela não servia na super modelo Mischa. Uma das assistentes dele, que foi mais racional, fala que (o desfile) não é sobre a modelo e sim sobre a peça. Aí, dá pra ter uma idéia do que acontece, as modelos acabam sendo mais importantes que o desfile.
    Por mais que eu goste de várias modelos, vejo alguns desfiles por causa do estilista ou da marca. E outra quase nunca sei quem vai desfilar para quem :~

    beeijo ;*

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  9. Como é bom ler blog (bom) de moda de novo!
    Adorei o post. Assim como a Fernanda, eu também fico encantada por modelos em editorias, fotos, campanhas. Não é à toa que amei a capa da Vogue BR de maio, e acho demais uma matéria de 7 páginas de uma Vogue Portugal de 2009 que fala sobre Steven Meisel -- mas, claro, quem chama a atenção nas fotos são as "suas" modelos. E assim como a Aline, acho que moda é sinônimo de arte e beleza, portanto não há melhor representação do que elas: bonitas, altas, beleza inatingível, parte onírica (Trentini) e parte não compreendida (Lara Stone). Afinal, o belo é relativo.
    Mas também acho que, hoje em dia, ser modelo é um overstatement. Além de ser quase uma classe nova de celebridade (fila na porta do camarim da Ellus pro Jesus Luz, oi?), são tantas modelos que aparecem dia e noite que nenhuma realmente deixa uma marca. É fácil pra alguém fora do "núcleo da moda" conhecer Cindy Crawford, Linda Evangelista e Gisele; são ícones. Mas se citarmos Jessica Stam e Anja Rubrik, por exemplo, quem conhece?
    Quanto ao futuro delas, espero que seja mais democrático. Em todos os sentidos que essa frase possa ter.
    Beijos e sorry pelo depoimento sem fim! =)

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