sexta-feira, 14 de maio de 2010

Artigo: A descentralização da informação de moda


Desde que foi criada a primeira revista feminina (thanks, Aline), em 1693, ela sempre foi o principal meio de informação de moda no mundo. A revista é o meio impresso de melhor qualidade estética, principalmente se comparada ao jornal. E como a estética é essencial para a moda, a revista é um meio ideal. Ela permite tranqüilamente que textos e imagens transmitam informações. Essas últimas são parte fundamental de qualquer revista de moda ganhando, às vezes, uma maior relevância que o texto. Essa imposição da imagem sobre o texto acontece praticamente apenas com o campo da moda, uma vez que moda é um tipo de imagem.

Com o surgimento da televisão, em 1939, a moda via novas formas de comunicar sobre si mesma, dessa vez podendo até ser mostrada em movimento. No entanto, a consolidação desse tema na televisão nunca ocorreu. Acontece que a televisão, ao contrário da revista, encontra pouco espaço para a segmentação. E a informação de moda é um dos vários campos que são preteridos pelos telespectadores em geral. Atualmente, a tv por assinatura mostra sinais de um verdadeiro acervo de revistas eletrônicas, onde estão dispostos canais sobre os mais variados assuntos. Talvez a moda ainda se consolide nesse meio, através de canais como o Fashion TV. Mas teremos que esperar pra ver.

Enquanto isso, o surgimento de um meio também recente vem inovando e transformando consideravelmente a informação de moda. Sim, estou falando da internet. Meio extremamente efêmero, a internet, especialmente a web 2.0, assume o papel de ser o maior acervo de revistas virtuais da história. Além disso, ela permite um nível nunca antes visto de interatividade. A recepção da informação passa a ser, quase sempre, 100% ativa. Esse meio também é capaz de oferecer ainda mais segmentação do que as revistas impressas. Em suma, a internet reúne as principais vantagens de todos os outros meios, pelo menos para o campo da moda.

Mas será que isso significa que as revistas não serão mais importantes? Eu duvido muito. Acho que a tendência é uma cada vez maior hibridação dos meios em todos os campos, inclusive na moda. A própria internet apresenta ferramentas propícias à hibridação dos meios, como o Youtube, por exemplo. Além disso, duvido muito que um meio como a revista, que possui tantos anos de tradição, vá acabar. Ele ainda possui extrema importância como meio oficial e de relativa credibilidade. Paralelamente, os vídeos, seja na tv por assinatura ou na própria internet, estão mantendo o interesse do espectador e complementando informações dos meios impresso e virtual.

Entretanto, é preciso ressaltar que a internet, por toda sua efemeridade, é um meio imprevisível e muitas vezes incontrolável. A informação acaba, portanto, adquirindo essas mesmas características. A descentralização da informação só traz vantagens, desde que venha sempre acompanhada do bom senso e do senso crítico.

6 comentários:

  1. Acho que é por aí mesmo... a internet pode complementar e difundir mtas informações! pode também ser um espaço onde o consumidor de moda legitima/confirma seus desejos;
    afinal, as revistas tem a tradição e estão vinculadas a um sistema de poder q lhes permite "ditar moda", contudo, o leitor já não está restrito somente às revistas, talvez o jogo tenha se invertido - os leitores são quem validam a proposta das publicações!

    papo comprido esse..... =D

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  2. Tenho a impressão que a moda é a que mais está sabendo aproveitar a internet.Mas ainda vai precisar de um enxugamento,de uma reciclagem...se o papel "aceita tudo",a mídia eletrônica "aceita tudo e mais um pouco"...A democratização,a inclusão em massa digital tá dando um outro "contorno" a moda no que tange a sua "propagação",exemplo:muito mais pessoas conhecem e sabem do Louboutin e seus desejados sapatos e isso muito mais pela internet do que por outro meio...Mas ter os seus sapatos ainda é pra muito poucas!Ou seja ,a pirataria tem cada vez mais a internet como uma parceira fundamental,uma fonte de inspiração fecunda...Democracia tem seu lado ruim,sim!Mas não existe melhor forma do que a democracia pra se separar "o joio do trigo"ou melhor "um Chanel de um "25 de Março"...no que se refere a acabamentos e qualidade de um produto!Por que ter elegância,ser "moderno",ter estilo...personalidade,educação,cultura...cada vez menos se "mede" pela etiqueta da vestimenta que usamos.Uma bolsa Chanel deveria ser menos importante do que quem a carrega!Assim saberemos se quem a carrega tem lá alguma "importância"!Mesmo por que o conceito de elegância e beleza de um Chanel é cada vez mais sabido e difundido.E talvez essa nova geração de fashionistas que vem surgindo tendo a internet como mentora já não se importará tanto com esses conceitos.
    Pra essas novas fashionistas ricas não é lá tão importante usar uma regatinha de grife sob um blazer de grife,importância essa que tem pra suas mães e avós. Mas isso ainda vai dar muito pano pra manga pra um bom terninho!De grife ou não!
    bjs,Thaís,ótimo domingo!

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  3. Acho que todas as coisas devem evoluir com o tempo. Sempre vai existir o lado negativo, mas não adianta ficar parado no tempo!

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  4. engraçado que eu tinha quase certeza que tinha comentado nesse post... estou ficando meio caduca?

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  5. Eu sou uma pessoa que mantém um caso love-hate com a internet. Amo porque tudo é instantâneo e por causa dessa descentralização da info, mas no caso da moda acho que seria necessário um passo mais brando porque não dá pra assimilar tudo ao mesmo tempo, e com isso acho que se perde muito também. É muito site, muita revista virtual, muita coisa pra ler o tempo todo. Bom ou ruim?
    E preciso dizer que sou eterna amante de revistas. Não faço coleção (ainda? haha) mas acho muito mais bonito e interessante ter o meio físico de consulta, leitura e visualização da imagens. É o começo da informação de moda e por mim, a internet passa por cima disso.
    Beijos

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  6. Retificando a última frase: é o começo da info de moda e, por mim, a internet NÃO passa por cima disso.

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