sexta-feira, 23 de abril de 2010

A ascensão das redes de fast fashion


Um dos assuntos mais debatidos atualmente é a crescente importância das redes de Fast Fashion na indústria da moda. Com a consolidação do estilo hi-lo, elas ganharam utilidade para a moda enquanto conceito. Antes desprezada pelas líderes de opinião, hoje essas lojas estão praticamente livres do preconceito, embora ainda não possuam o mesmo nível de qualidade e inovação criativa das grandes marcas.

Um dos maiores trunfos atuais das lojas de departamento, além do preço acessível e da grande variedade de peças, é a capacidade que elas possuem de se apropropriar das tendências e colocá-las à venda antes das marcas tradicionais. É possível até mesmo que certas peças muito desejadas sejam encontradas exclusivamente nessas lojas, como a meia-calça de poás e a meia-calça de corações da Renner. Os desfiles de moda internacionais acontecem muito tempo antes do lançamento da coleção comercial. Assim, as lojas de fast fashion (do exterior e, mais recentemente, do Brasil) se aproveitam disso, conseguindo satisfazer os desejos dos consumidores muito antes das grifes.

Infelizmente, no meio desse processo, muitas cópias são feitas, muitos conceitos cuidadosamente pensados são roubados e os consumidores fashionistas se calam diante dessa falta de ética. É preciso distinguir tendências de peças. Tendências são subjetivas, normalmente resgatadas de algum lugar do passado e acessíveis a todos. Peças são fruto direto da criação de alguém e possuem características específicas. Um vestido rosa-chiclete de babados (péssimo exemplo hahaha) não é uma tendência, mas a cor rosa-chiclete ou o elemento "babados" podem ser. Mas não pretendo me alongar nesse assunto polêmico.

Um outro trunfo das redes de fast fashion é a publicidade. Particularmente no Brasil, elas parecem ter acordado e percebido que suas lojas também são marcas de moda e que, por isso, precisam de identidade, coerência, marketing e de publicidade. Elas estão investindo, desse modo, em uma estratégia de aproximação com a própria moda, participando de eventos como o SPFW, patrocinando sites e blogs e realizando parcerias com nomes representativos na moda nacional. Enquanto as grifes geralmente são mais reservadas, as redes de fast fashion buscam a identificação de seu público-alvo, ou a parte dele que é diretamente ligado à moda.

Por fim, o sucesso também se deve a cada vez mais forte valorização do street style. Sabemos que o valor das passarelas é e ainda será muito forte. Entretanto, cada vez mais a importância vem sendo dividida com a moda das ruas, seja lançada pelas celebridades, seja por pessoas comuns. Lojas de departamento sabem se apropriar desse estilo melhor do que qualquer outra marca por tradição, mesmo que esse não seja seu posicionamento.

As redes de fast fashion estão em constante ascensão. Se é oportunidade de momento, ou se isso irá durar, acredito que só o tempo poderá dizer. Mas enquanto a queda não acontece, os consumidores e essas lojas se aproveitam do cenário mais favorável a elas de todas a história da moda.

8 comentários:

  1. hoje em dia fast fashion é necessário. A questão da qualidade eu acho que existe marcas e marcas, pq muitas marcas famosas usa tecidos ruins e dá pra achar peças boas em loja de departamentos.

    gosto mais de ver moda de rua que ver desfiles. E sem contar que eu acho desfile meio triste, pq vc fica na maior expectativa, qndo as modelos entram passam que nem avião e meio segundo depois tudo acabou! HAHA

    beeijos ;*

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  2. Mas quem viu de perto,eu não vi,do Reinaldo Lourenço para a C&A,disseram que não tinham nada ver as peças em acabamento,por exemplo,com as peças da marca oficial dele...Ou seja,as peças são de quem então?Da C&A?Por que do Reinaldo não eram...Um "nome" vende de tudo!Mas esse "nome" também está em um fio de navalha,no afã de se tornar mais conhecido,popular,acaba muitas vezes "o tiro saindo pela culatra"!Todo um esmero,um cuidado em fazer uma peça excelente não será conhecido por esse público pretendido!

    bjs,Thaís!

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  3. Bem, eu sou fã de um (bom) fast fashion, devo confessar!

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  4. sou a favor deles! mesmo grande maioria tendo uma baixa qualidade, dá muito pra fazer aquela buuusca legal e achar mil coisas dignas. =**

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  5. muito legal, thais! vou marcar aqui teu blog.
    acho que quem gosta de pensar a moda tem que se unir. :)
    bjs

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  6. o fast fashion tem um papel fundamental na democratização da moda desde 1980, quando os blogues especializados nem sonhavam em existir. hoje a informação chega muito mais rápido ao público e as lojas estão conseguindo manter seu timing de produção.
    muito bom o texto e o blog.
    abs!

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  7. Bom, já falei demais sobre esse assunto, só gostaria de frisar que lojas de departamento pecam MUITO no quesito qualidade, por isso você tem garimpar bem e levar o que é viável pro seu estilo, sem achar que aquela peça incrível vai te durar 5 anos.
    Muitas das camisetas que eu tenho de Renner e C&A descosturaram/desbotaram/entortaram nas primeiras lavagens.

    Mas acho válida a poipularização das tendências, só que os estilistas que se enveredam por esses meios deveriam impor mais a qualidade que prezam nas coleções próprias. Porque só assinar uma linha pra ganhar dinheiro não dá.

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  8. acho que a dica pra comprar em fast-fashion é escolher peças não muito "caricatas". Por exemplo, se você comprar o colete de tachas da c&a rapidamente eu vou identificar que é de lá e, provavelmente, vou ver outras tantas pessoas na rua usando essa mesma peça. Porém, se você escolher uma peça mais "neutra" e misturar com outras coisas bacanas de outros lugares o look pode ficar incrível e nada óbvio. O que não dá tb é sair toda montada de fast-fashion, pq a qualidade das roupas realmente ainda não é das melhores.

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