Pense Moda 2009 - dias 02 e 03

A moda é uma das áreas mais amplas, na qual se interligam outras muitas áreas. Ontem foi a vez de pensar a moda junto com a administração. Dois pontos que eu achei interessante destacar:

- A Geni Ribeiro disse que quem cuida da empresa (seja o estilista, o dono, o gerente) precisa ter conhecimento, de preferência acadêmico, sobre gestão de negócios em moda. Falta um pouco de profissionalismo porque a maioria das empresas de moda no Brasil possuem uma gestão "doméstica". Junto com uma administração mais profissional, um fator muito importante é agregrado: a estratégia. É preciso pensar na moda um pouco mais como negócio (sem esquecer o lado criativo, é claro).

- Uma discussão foi levantada sobre qual seria o nicho que o Brasil deveria visar pra crescer na moda. Produção em massa e de pouca qualidade como a China? Fause Haten acha que não, que o melhor é focar na construção de uma marca e no mercado de luxo. Eu concordo com ele, tanto é que temos 2 exemplos dando super certo lá fora: Carlos Miele e Alexandre Herchcovitch. A Geni Ribeiro complementou lembrando que existem outros nichos além desses, como as lingeries, por exemplo.

Nesse mesmo post tem comentários sobre o dia 03 mais tarde!

No último dia do Pense Moda, o jornalismo entrou em foco. O filósofo Lars Svendsen seguiu os princípios de Pierre Bourdieu (tão conhecido de quem estuda comunicação) para fazer uma análise da crítica de moda. Ele disse que a crítica deve olhar um desfile de fora e deve entender as motivações do designer em relação às suas criações. O jornalista não deve ser RP do estilista. O super editor de moda Paulo Martinez concorda e colocou em palavras mais informais essa afirmação, dizendo que os críticos geralmente falam bem dos designers "amiguinhos". Em resumo, falta imparcialidade nas críticas de moda.

Svendsen também disse que os jornalistas às vezes se acham mais inteligentes que os leitores. Devo salientar a minha opinião: acho que isso depende do público e do nível de instrução dele. Mas o crítico deve fazer o leitor pensar por si mesmo, deve fazê-lo entender a moda na sua profundidade e não apenas na superfície. Como ele disse, "ser crítico é exercitar a habilidade de fazer distinções."