Ainda sobre tendências

Hoje eu estava refletindo sobre a banalização de certas peças e como quem se preocupa, estuda, vive a moda se comporta diante desse fato. Acho que a maioria dos fashionistas são assim. O povo começou a usar, a gente larga. (e isso também ocorre com especialistas nas mais diversas áreas, por exemplo a cibercultura).

Mas acho que no fundo o que irrita mais é que a maioria das pessoas não tem idéia da origem do lenço palestino ou da importância do colar de pérolas. E por isso o motivo pelo qual a pessoa leiga está usando a peça é superficial, o que faz com que os fashionistas desprezem (por algum tempo) a modinha. Não sei vocês, mas eu não compro uma peça de roupa só porque está na moda. Óbvio que esse fator influencia também, mas eu levo mais em conta as minhas referências e a minha personalidade na hora de comprar.

É tão legal se vestir sabendo o que aquilo significa, sabendo que você tá expressando seus gostos, referências e modos de ser. Usar peças só por estarem na moda é como gostar de uma música estrangeira sem conhecer a tradução.

The Best Look - Sartorialist

Pra essa edição do The Best Look, eu deixei de lado o lookbook.nu e escolhi 2 looks ótimos clicados pelo fotógrafo mais influente de hoje em dia: Scott Schuman. Eu não sei vocês, mas eu AMO as fotos dele, o jeito que ele fotografa as pessoas espontaneamente, quando elas estão atravessando a rua ou caminhando e falando no celular. Fica uma foto realista, mas glam, com muita informação de moda.

Look 1______________________________________Look 2

O que esses dois looks tem em comum? Os dois são de mulheres que foram ver o último desfile da Louis Vuitton. Não posso dizer com certeza que elas estão vestindo a marca, mas acredito que sim.

E siiiiiim, hoje finalmente tem enquete. Votem e comentem.

A vencedora do último The Best Look foi a Gisele com apenas 1 voto de diferença!

Oi Fashion Rocks

Só pra avisar que a gente vai poder ver o Fashion Rocks AO VIVO pelo site do evento. Hoje, às 20 horas.

Edit.
Não sei nem por onde começar o meu comentário. Depois de 1 hora e meia de atraso e de presenças ilustres e fashionistas como Latino, Mirella e mulher Samambaia, já dava pra perceber que a edição brasileira do Fashion Rocks seria perfeita. Erros visíveis já com o evento rolando e o site oficial falhando toda hora foram o de menos hoje.

Agora vamos esquecer a organização e focar no conteúdo. Como foi? Basicamente a mesma coisa dos Fashion Rocks anteriores, mas eu achei que eles deveriam ter filmado mais os desfiles e esquecer um pouco a Ciara, por exemplo, que já tinha aparecido bastante. Mas teve um acréscimo que eu não vi nos anos anteriores: o Rio resolveu inovar e mostrar aquele vídeo das olimpíadas que todo mundo já tá cansado de ver. Oi?

Pra finalizar, abaixo os melhores looks:

Conclusão: Tirem o "Fashion" do nome do evento, por favor.

Maaaas, pra não dizer que não teve nada bom, Grace Jones e Marc Jacobs arrasaram MUITO!

Alexander McKing!

(Trocadilho idiota, mas não pude resistir)

Quem acompanha o Valentino Dress há algum tempo sabe que eu AMO desfiles com conceito E com qualidade. E isso é o que não falta nos desfiles de Alexandre McQueen. No Spring 2010, por exemplo, ele apresentou estampas e texturas maravilhosas em uma coleção inspirada nos animais marinhos. Isso sem mencionar as formas diferentes e a excelente técnica.

Pausa pra quem quiser saber um pouco da carreira e da vida de McQueen...

Em 1969, em um bairro de Londres, nascia um dos estilistas mais polêmicos da atualidade. Alexander McQueen era filho de um humilde taxista, mas nasceu pra brilhar. Já ganhou 4 vezes o "British Designer of the Year" assim como também já ganhou o "International Designer of the Year at the Council of Fashion Designer Awards". P-O-D-E-R.

Meu look de hoje eu montei inspirado na coleção Fall 2009, que eu considero uma das mais marcantes não só dele, como da história da moda. Quem ainda não conhece clica aí que vale a pena.

Vestido Maria Bonita Extra
Jaqueta C&A
Sandália lojinha local

Paris (the city) says...

... que é tempo de nude e underwear!

O nude a gente já sabia, mas ele apareceu (acreditem) com mais força ainda nos desfiles europeus Spring 2010. olhem aí Valentino <3, Stella McCartney, Yves Saint Laurent arrasando, Christian Dior L-U-X-O e, é claro... Chanel, cherry. Esse tom meio acobreado que nem no paletó da Stella eu tô querendo pra já!

Mas como não é só de nude que se vive, temos lingerie para todos os gostos, mesdemoiselles et messieurs. Com direito a participação internacional, Gianfranco Ferré, Chanel mais uma vez, Christian Dior (que tinha mostrado a trend na Haute Couture já), Nina Ricci e Marc Jacobs. Oui, oui... porque todas as estradas levam a Paris. Rá.

Essas últimas fotos eu peguei no site da mestre Lilian Pacce.

Au revoir!

Tricia!

Aaaaaaaaaah, eu abandonei o Valentino Dress essa semana. Vou me obrigar a postar 3 vezes por semana pra não abandonar mais ele, tadinho.

Well, vocês sabem que eu amo o Lookbook.nu e tem uma user que tá chamando a minha atenção há eras. Tricia Gosingtian tem 20 anos e é das Filipinas. Ela não usa nenhuma marca super hype e famosa, mas tem as saias mais lindas ever (que são de um amigo dela). Alguém me explica como ela consegue usar tomara-que-caia + minissaia + saltão sem parecer nem um pouquinho vulgar?? Arrasa. Eu usei um look parecido com esse último final de semana passado, só depois fui ver que a saia era igual. Se eu achar foto, mostro pra vocês.

Mas sempre a mesma fórmula cansa né? Por isso ela também provou que sabe usar peças diferentes sem perder a sua essência e a sua personalidade. Seja com um toque rocker, um boyfriend's shorts, de geek chic ou coordenando cores. Inspiração pro verão que tá quasae chegando aqui no Rio Grande do Sul! eeeeeeee

Fases

Hoje eu vou falar um pouco de identidade visual, de acordo com o que aprendi no blog da Oficina de Estilo e também do que eu penso. É importante que a gente se conheça pra poder expressar, por meio das roupas, quem a gente é ou o que a gente pensa. Mas a gente não é sempre a mesma pessoa a vida toda. Nossas concepções, atitudes, opiniões e, consequentemente, a nossa personalidade mudam com o tempo. E então nosso jeito de vestir muda junto.

É interessante parar um pouco pra refletir sobre as nossas fases fashionistas. A pessoa pode mudar quase que totalmente, mas a essência dela permanece, mesmo que não tenha sido expressada diretamente em algumas dessas fases. Eu, por exemplo, mudei de menininha pra minimalista pra uma nova fase (que eu ainda não sei denominar), mas continuo com as mesmas características: poucas cores, nada de estampas, muito preto e cinza, sempre de um jeito que eu ache que seja elegante.

Mas não faz mal se o nosso jeito de se vestir mudar totalmente se nós mudarmos da água pro vinho. Pode ser que daqui uns anos eu só queira usar estampão, não sei... O importante é nos sentirmos bem representados pelas nossas próprias roupas.

Fashion Music - Lily Allen

Em clima de Chanel, hoje eu escolhi a Lily Allen pra mais um post dessa seção. Não conheço muito da carreira dela, então se eu errar alguma coisa, fãs da Lily me corrijam, please. Até o ano passado, seu gosto era considerado meio duvidoso, apesar de ter muita personalidade. Mas hoje a Lily é fashionista assumida, já fez campanha pra Chanel e cantou no último desfile. Aqui o vídeo pra quem ainda não viu.

Mas na carreira musical dela, ela nunca teve nem tem a pretensão de incluir a moda. Sua videografia possui viés mais alternativo. Mesmo assim, dá pra se inspirar com alguns clipes dela, principalmente com os conceitos que ela passa.

Em 22, apesar da visível ironia (uma das suas características), ela mostra looks de festa maravilhosos e faz uma reflexão sutil sobre a sociedade. Not Fair (música que ela cantou no desfile da Chanel) é uma mistura de anos 70 com country, um mix que pode parecer brega, mas é interessante. E tem também LDN, que eu acho ótimo porque mostra Londres de 2 jeitos: um mais real e um mais glamourizado. Muito bom pra fazer uma analogia com o mundo da moda.

Paris Fashion Week Spring 2010 - Chanel e Valentino

Infelizmente a PFW Spring 2010 chega a seu último dia. Eu dei sorte, porque os desfiles que eu queria comentar foram os que praticamente abriram e fecharam o evento. Acho que o que eu concluí dessa semana foi que a dureza da crise passou e agora é hora de ser feliz e feminina. É hora de ser bonita com conforto e simplicidade. E o nude continua com força total pra "recomeçar a vida" de um jeito clean.

A Chanel causou muito estranhamento à primeira vista. E não foram nem os tamancos horríveis. Os próprios looks pareciam cafonas. Os da imagem acima são os que achei mais bonitos. O fato é que Largerfeld surpreendeu (junto com Hussein Chalayan, que apresentou uma coleção quase minimalista!) e surpreendeu com qualidade, como sempre.

Maria Grazia Chiuri e Pier Paolo Piccioli seguem fazendo um bom trabalho na Valentino. Estão rejuvenescendo a marca e dando seus toques pessoais, mas sem perder a essência da Valentino. Não sei se eu gosto dessa história de não ter vermelho, mas como é tempo de cores neutras, dou um desconto rs. Que eles melhorem ainda mais na próxima temporada.

Paris Fashion Week Spring 2010 - Balmain e Balenciaga

Começou o maior evento de moda do mundo. Christophe Decarnin, estilista da Balmain, seguiu na mesma linha que já vem fazendo sucesso. Eu já estava enjoada, mas acho que esse desfile refrescou um pouco essa "modinha". Dessa vez quase não teve tachas. Em compensação, o dourado e o militarismo vieram com mais força. O couro também apareceu bastante. Acho que as tachas e as ombreiras é que estavam cansando mesmo... então que venha o militarismo.

Confesso que Guesquière me decepcionou um pouquinho no desfile da Balenciaga. Acho que é porque eu não gosto muito dessa coisa mais esportiva, que aliás teve bastante no NYFW. Mas achei criativa a maneira como ele uniu o sempre presente futurismo com o sportswear. E olha o couro aí também, tô amando.

(Enquanto isso, aqui em Porto Alegre, o monopólio midiático limita o crescimento da informação de uma moda que vem decaindo no estado. Não basta trazer nomes como Rodrigo Santoro quando algumas marcas que desfilam não possuem informação de moda e nem desejo de luxo. Aliás, qual é o sentido em trazer marcas populares para um evento super elitista? O que o evento em questão precisa é de, primeiro, uma boa estrutura. E, é claro, investir mais em marcas locais que tenham um apelo fashion verdadeiro.)